terça-feira, 18 de outubro de 2011

O básico da bolsa

Vamos abordar alguns pontos que são fundamentais compreender ao planejar investir no mercado acionário. Antes de abrir conta em uma corretora de valores, faça a seguinte pergunta para si mesmo: “Você entraria numa gruta sem saber o que tem lá dentro?” Claro que não! O mesmo vale para a bolsa de valores. Algumas pessoas começam a comprar e vender ações sem saber do que se trata.

Uma ação é a menor parte do capital de uma empresa. É um pedacinho mínimo daquele empreendimento. Ao adquirir uma ação, você automaticamente se torna sócio da empresa. Claro, a não ser que você esteja no ranking de bilionários da Forbes, não terá dinheiro suficiente para ser notado pelos controladores e sua fatia seria ínfima.

Mas por que as empresas vendem ações na bolsa? Simples: para se capitalizar. Existem alguns instrumentos para as empresas buscarem dinheiro para realizar novos investimentos. Uma delas é abrir o capital e angariar recursos diretamente de investidores. Ao fazer isso, os “donos do negócio” permitem que parte do controle da empresa fique com o público. Em troca, obtém dinheiro para ampliar os investimentos e lucrar ainda mais.

Imagine o seguinte exemplo:

1 – Você tem uma fábrica de parafusos que possui um capital de $ 100 milhões e lucra $ 200 mil por ano.

2 – Você disponibiliza ações da empresa na bolsa de valores e aumenta o capital da empresa para $ 120 milhões. Com esse aumento de 20% do capital, você espera que seu lucro cresça 50% a partir dos novos investimentos.

3 – Você antes controlava 100% da empresa, agora controla 83,3% da empresa, mas seu lucro pulou para $ 300 mil ao ano, valor que não seria alcançado sem captar recursos.

4 – Como você ganhou novos sócios (os donos dos 16,6% restante do capital), terá que distribuir parte dos lucros aos investidores. Mesmo assim, a relação ainda é extremamente favorável a você, controlador da empresa.

É importante ressaltar que as empresas só captam recursos na primeira vez que negociam as ações na bolsa. Isso é denominado Oferta Primária de Ações (o famoso “IPO”, na sigla em inglês). A partir daí, as ações são negociadas diretamente entre os investidores no mercado secundário, sem gerar qualquer renda para as empresas.

Por que as pessoas compram ações? Basicamente por dois motivos. O primeiro deles, para receber parte do lucro gerado pelas empresas das quais são sócios (é bom lembrar que as empresas podem registrar prejuízo, o que deixa os acionistas sem remuneração). O segundo motivo para se comprar ações é a expectativa de que as mesmas se valorizem no mercado secundário. Em outro post vamos entrar em detalhes sobre valorização de ações.

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